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Othoniel Menezes

Obra Reunida

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Da vida e da obra – Cronologia

— Cláudio Galvão* —

 

1895

Nasce, Othoniel Menezes, em 10 de março, na casa na Rua das Laranjeiras n° 16, filho de João Felismino de Melo e Maria Clementina de Menezes Melo. No mesmo local nasceram os irmãos Francisco, em 5 de março de 1892, Stela, em 1896 e falecida criança; Othoniel, em 10 de março de 1895; João, em 13 de junho de 1896 e Gabriel, em 5 de novembro de 1897.

 

1899

João Felismino é transferido para Jardim do Seridó, como chefe da Mesa de Rendas (Coletoria) local; chega com a família em 24 de março. 23 de outubro: Maria Clementina suicida-se; tinha 28 anos e Othoniel, 4 anos.

 

1900

Fevereiro: João Felismino casa-se com Celsa Bezerra de Araújo Fernandes [de Melo](falecida em Natal, em 6 de novembro de 1957). Primeiras letras na escola do professor Jesuíno Ildefonso de Azevedo.

 

1904

O irmão Francisquinho é enviado para estudar no Colégio Diocesano Santo Antônio, inaugurado em 1903.

 

1906

Othoniel e João ingressam no Colégio Santo Antônio.

 

1907 Othoniel continua no Colégio Santo Antônio e se matricula no Atheneu Norte-Rio-Grandense, para cursar o 1º ano do curso secundário.

 

1908 Deixa o Colégio Santo Antônio ficando apenas no Atheneu.

 

1911

Março: Participa da diretoria do jornal O Ideal, do Grêmio Literário Frei Miguelinho, do Atheneu. Julho: Torna-se orador do Grêmio Literário Frei Miguelinho. 3 de outubro: Aniversário do governador Alberto Maranhão, passeata dos alunos do Atheneu; discurso de Othoniel, como orador do Grêmio Literário Frei Miguelinho. No dia 12 discursou na data do descobrimento da América. 6 de novembro: É publicado em A República “O mendigo”, primeiro poema publicado, aos 16 anos. Tudo indica ser este o início de sua vida literária.

 

1912

Matricula-se na Escola Normal. Colega de classe de Alice Pereira de Brito, seu primeiro amor. Desliga-se da escola no final do ano. Conclui o Curso de Madureza no Atheneu. Publicados diversos poemas em A República.

 

1913

18 de fevereiro: Alista-se no Exército; incluído em 10 de março. Promovido a anspeçada a 20, cabo-de-esquadra em 3 de abril, cabo de estacionamento em 8 de maio. Aprovado com distinção em concurso para sargento, em 14 de maio. São publicados alguns poemas de sua autoria no Jornal da Manhã. 5 de dezembro: Parte para o Rio de Janeiro, como 3º sargento.

 

1914

O irmão Francisquinho bacharela-se em Direito no Recife, com 21 anos de idade. No início do ano, retorna a Natal; não mais pertence ao Exército. Desempregado, procura o irmão Francisco, promotor público da cidade de Macau. Inicia sua colaboração no jornal A Folha Nova, de Macau. Julho: assume como redator-chefe do A Folha Nova. Muitas matérias publicadas. Longos poemas sem rima nem métrica indicam sua antecipação ao modernismo. Tenta casar-se com Marieta Teixeira; o pai da namorada nega permissão. Abril: Promotor público interino atua em sessões do júri popular. Poemas publicados em A República.

 

1916

Retorno a Natal. A prima Maria do Carmo Menezes Bonfim, estudando na Escola Normal, está hospedada na casa do tio Gabriel Álvares de Menezes. 12 de maio: Foge com Maria do Carmo Menezes Bonfim (Carmita); casam-se, ele com 21, ela com 15 anos incompletos. Maio: 1º emprego: secretário do jornal A Imprensa de propriedade do coronel Francisco Cascudo, pai de Luis da Câmara Cascudo, de quem se torna amigo.

 

1918

21 de março: Nomeado segundo oficial da Secretaria de Governo pelo Governador Joaquim Ferreira Chaves. 13 de novembro: O escritor iniciante Luis da Câmara Cascudo publica em A Imprensa o artigo “Othoniel Menezes poeta”. Nasce o primeiro filho, Francisco Euryalo.

 

1919

Janeiro: Lançamento do seu primeiro livro de poemas,Gérmen. 24 de janeiro: Nasce a filha Maria do Carmo (Tamina).

 

1920

5 de abril: Promovido a primeiro oficial da Secretaria de Governo. 29 de setembro: O irmão João, piloto militar, falece em desastre de avião.

 

1921

19 de fevereiro: Nasce a filha Maria de Lourdes (Biúde).

 

1922

Janeiro: Funda o Ginásio Auta de Souza, na cidade de Nova Cruz. Estava licenciado. 28 de agosto: Partida festiva dos três barcos tripulados por pescadores natalenses em reid ao Rio de Janeiro, comemorando o Centenário da Independência do Brasil. 8 de outubro: Othoniel e amigos se reúnem em um bar no Passo da Pátria, para comemorar o retorno dos pescadores. Na ocasião, escreve o poema Serenata do Pescador (Praieira), depois musicado por Eduardo Medeiros. 29 de novembro: Reencontra Alice Brito, professora do Estado. Compõe o poema Alice, musicado por Carolina Wanderley. 16 de dezembro: Deolindo Lima canta em público, oficialmente pela primeira vez, a Serenata do Pescador, no Festival de Othoniel Menezes, realizado no Teatro Carlos Gomes, com declamação de poemas do seu livro Jardim tropical.

 

1923

Publica seu segundo livro, Jardim tropical. Separa-se de Carmita.

 

1924

Conhece Maria da Conceição Ferreira da Silva (nascida em Ceará- Mirim, em 20 de novembro de 1899). Julho: J. F. S. publica na Revista do Centro Polimático n. 7, ano V, o ensaio Bibliografia, sobre o livro Jardim tropical.

 

1925

Setembro: A revista Letras Novas, em seu número 3, institui o concurso “Qual o príncipe dos poetas potiguares?”. Voltando de uma farra com amigos, derrubou com tiros abajures da iluminação pública. Foi processado por dano ao patrimônio público. 14 de dezembro: Alista-se no Exército e parte para o Maranhão; luta contra a Coluna Prestes. 18 de dezembro: Engajado como soldado do Exército no 29º Batalhão de Caçadores e, dias depois, promovido a 2º sargento.

 

1926

9 de janeiro: É licenciado de suas funções no Governo do Estado, recebendo a metade de seus vencimentos. 26 de fevereiro: Está em Alagoinhas, Bahia, ainda em missão contra a Coluna Prestes. 1º de maio: Retorna a Natal. 10 de agosto: Nasce Terezinha Ferreira de Melo.

 

1928

19 de janeiro: Othoniel e mais outros funcionários do Estado são dispensados de suas funções. 16 de fevereiro: Engaja por mais dois anos.

 

1929

1º de janeiro: É excluído do efetivo do Batalhão de Caçadores. Março: Desempregado, desloca-se para Pesqueira/PE, em busca de emprego, com o irmão Francisco, delegado regional em Serra Talhada. Deixa esposa e filhos em Natal. 21 de dezembro: Falece em Natal a professora Alice Brito.

 

1930

Ingressa como soldado na Polícia Militar de Pernambuco; trabalha na Delegacia, com o irmão. Colabora no jornal Correio de Pesqueira. Escreve o romance Janina, a princesinha caeté. Revolução de 1930 – Francisco Menezes é destituído do posto e retorna a Natal. O “soldado” Othoniel perde a função e regressa com o irmão. Na viagem, perde os originais do romance que escrevera.

 

1931

Março: Torna-se ajudante do 1º Cartório Judiciário de Natal. Assume a função de redator do jornal A República.

 

1932

Torna-se subgerente de A República. Fevereiro: É nomeado oficialmente redator de A República.

 

1935

23 de novembro: Eclode o Levante Comunista em Natal. 26 de novembro: Funcionários da Imprensa Estadual são convocados para prepararem a primeira edição do jornal revolucionário A Liberdade, lançado na manhã do dia 27. Fracassado o movimento, iniciam-se as perseguições. Othoniel é responsabilizado como redator principal do jornal. 28 de novembro: Othoniel é demitido da função de secretário de A República. Othoniel foge para o Recife, mas suspeitando de que estava sendo seguido, desembarca do trem em Canguaretama, refugiando-se na casa do irmão Francisco. Segue para o Recife e se esconde na casa de um primo; preso, é transferido para 1ª Delegacia da Ribeira, em Natal.

 

1936

4 de setembro: Decretada sua prisão preventiva.

 

1938

30 de março: nasce o segundo filho com Maria, Hermilo Ferreira Neto (Netinho). 9 de agosto: Condenado a três anos de reclusão pelo Tribunal de Segurança Nacional. 29 de setembro: Apelando da decisão, é absolvido.

 

1939

1º de março: Desempregado, aceita trabalhar no Serviço Nacional de Malária, em Assu, numa fase de epidemia de malária. Apresenta festival no Cine Teatro Pedro Amorim: declamação e canto. Apresenta festival em Macau, no Cine Teatro Éden. 30 de junho: Nasce Laélio, último dos três filhos com Maria.  1940 29 de outubro: Dispensado como funcionário do Serviço Nacional de Malária.

 

1941

18 de dezembro: Realizado no Teatro Carlos Gomes o Festival Othoniel Menezes, com números de música e declamação pelo autor. Redige o primeiro prefácio em versos da literatura do Rio Grande do Norte para o livro MeusVersos, de autoria de Paulo Benevides.

 

1942

17 de abril: Admitido pelo Office of Civilian Personnel para os trabalhos iniciais da Base Aérea de Natal , durante a Segunda Guerra Mundial. Residia em Natal, na rua Felipe Camarão, número 392.

 

1947

Por orientação de uma numerologista passa a assinar o nome como Otoniel Meneses. Publica no jornal O Democarata o ensaio “Ferreira Itajubá – o drama da vida de província”. Publica “Luis da Câmara Cascudo: estilista”, incluído em Luis da Câmara Cascudo – Depoimentos, edição do Centro de Imprensa Ltda. 3 de outubro: Voltando de um jogo de futebol, é atropelado na avenida Hermes da Fonseca.

 

1950

12 de janeiro: Chega ao Rio de Janeiro. 22 de fevereiro: Chegada da família. 22 de setembro: por sugestão do amigo João Café Filho, embarca em avião militar para o Rio de Janeiro. Começa a organizar os poemas de A cidade perdida e Desenho animado. Encontro amistoso com Café Filho para tratar do prometido emprego. 21 de fevereiro: Chega de Natal, via navio, a esposa Maria, os filhos Laélio e Netinho, e o sogro Hermilo Abílio Ferreira. 22 de setembro: Confiante no emprego prometido, pede demissão da função na Base Aérea de Natal. Desilude-se e rompe com Café Filho; fica desempregado no Rio de Janeiro.

 

1951

31 de janeiro: Posse de Café Filho na vice-presidência da República. 13 de março: Nomeado escrevente-datilógrafo interino do Instituto Nacional do Sal; emprego conseguido por intervenção de Letícia Cerqueira, sogra de Jessé Café, superintendente do órgão. 19 de novembro: designado para o cargo de inspetor “E” interino. Aprovado em concurso público para inspetor efetivo.

 

1952

7 de maio: Passa a exercer em caráter efetivo o cargo de inspetor Classe “E”, do quadro do Instituto Nacional do Sal. O Departamento de Imprensa publica Sertão de espinho e de flor.

 

1954

A Revista da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (n. 2, 1954), reproduz em “Parnaso dos vivos”, o Canto 15 – Minha viola a chorar, de Sertão de espinho e de flor, porém não faz referência à publicação do livro. Não mais serão feitas referências, nos números posteriores da revista da ANRL aos outros livros de Othoniel.

 

1955

26 de maio: lançamento de A canção da montanha, na sede do Departamento de Imprensa. Prefácio de Esmeraldo Siqueira e capa de Newton Navarro. São impressos 500 exemplares, 300 doados à Liga Norte-Rio-Grandense contra o Câncer. Presente o presidente, Dr. Luís Antônio dos Santos Lima.

 

1956

Tem reduzidos os seus vencimentos como funcionário do Instituto do Sal: dificuldades financeiras. Agravam-se os problemas de saúde. 3 de agosto: Veríssimo de Melo denuncia: “Othoniel Menezes está passando fome”, no jornal O poti. 8 de agosto: O Lions Clube de Natal concede prêmio de dez mil cruzeiros; comissão faz entrega na casa do poeta, à rua Correia Teles. No mesmo dia, o poeta Antônio Pinto de Medeiros encaminhou carta ao governador Dinarte Mariz narrando a situação do poeta. 10 de agosto: Newton Navarro publica a crônica “Othoniel”, no jornal Diário de Natal, aderindo ao movimento. 11 de agosto: comício no Grande Ponto, promovido por jornalistas e estudantes – reivindicam pensão especial para OM. 17 de agosto: o governador Dinarte Mariz responde a carta de Antônio Pinto de Medeiros, comunicando haver mandado redigir uma mensagem ao Poder Legislativo, pleiteando uma pensão especial para o poeta. 18 de agosto: o poeta Antídio de Azevedo publica crônica de solidariedade no jornal O poti.

 

1958

Eleito, na ANRL, para a vaga de Bezerra Júnior, na cadeira cujo patrono é Antônio Glicério.

 

1959

12 de novembro: o vereador Deoclécio Sérgio de Bulhões encaminha projeto de lei concedendo pensão especial a Othoniel Menezes. 23 de dezembro: projeto aprovado subiu à sanção do prefeito. Reclassificado no Instituto Nacional do Sal.

 

1960

Aposenta-se. Ocorre em Natal o I Encontro Nacional de Escritores. Recebe visita de uma comissão. Impressionada com a situação econômica do poeta, apela para o Governo do Estado, que autoriza uma farmácia a lhe oferecer os remédios de que necessitava. Ao saber que as contas não estavam sendo pagas conforme combinado, desgosta-se e, considerando como última desconsideração recebida, decide mudar-se para o Rio de Janeiro.

 

1962

Doente, recorre ao senador Dinarte Mariz. 25 de março: retorno definitivo ao Rio de Janeiro. Diagnosticado com Mal de Parkinson.

 

1965

20 de abril: posse na Academia Potiguar de Letras, por procuração ao poeta Antídio de Azevedo, saudado pelo poeta Jayme Wanderley.

 

1967

Novembro: 24, 25, 26, 27,28 e 29. Encenada em Natal, no Teatro Alberto Maranhão, a opereta “Praieira dos meus amores”; texto de Jayme Wanderley e música de Garibaldi Romano.

 

1968

25 de julho: falece a esposa Maria.

 

1969

19 de abril: falece em sua residência, no apartamento 201, da rua Queiroz Lima, 18, no bairro de Catumbi. Seu atestado de óbito indica edema agudo do pulmão e infarto do miocárdio. Sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier.

 

1970

A Revista da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, ano 9, n. 8, republica o ensaio “Ferreira Itajubá – o drama da vida de província”. Publica também o seu necrológio, na sessão Nossos Mortos.

 

1971

Padre Jorge O’Grady de Paiva publica no Rio de Janeiro “A escalada poética de Othoniel Menezes”.

 

1980

Segunda edição de A canção da montanha, UFRN, Editora Universitária.

 

1985

Publicado o volume A cidade perdida, Desenho animado, Esparsos, pela UFRN (Coleção Humanas Letras), no centenário do poeta.

 

1989

Publicado o volume Ara de fogo, Abysmos, Esparsos, pela editora Clima, em Natal.

 

1995

Publicado pela UFRN o livro O Cancioneiro de Othoniel Menezes, de Cláudio Galvão.

 

2009

Príncipe Plebeu – uma biografia do poeta Othoniel Menezes, Edição da FAPERN.  

 

* Professor universitário, escritor, musicólogo; pesquisador da vida e da obra de Othoniel Menezes, organizador das publicações póstumas, seu biógrafo. Autor, entre outras obras, de A Modinha Norte-Rio-Grandense.

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